Autoexame
- Marcelle Vieira Salles
- 21 de abr.
- 1 min de leitura
Tenho refletido muito a respeito dos meus próprios pensamentos, sentimentos e palavras. Me observo tendo atitudes que julgo totalmente inadequadas e que, pouco tempo antes, as contemplava em outras pessoas. Então, enfrento a minha iminente humanidade e me envergonho por desconsiderar quem eu sou antes de escanear o meu próximo.
E devo considerar que, uma das coisas que mais me deixa exausta é a falta de senso crítico por parte dos meus contemporâneos. Sejam pessoas crentes ou não crentes, sejam conservadores ou progressistas, enfim, todas me parecem estar alheias da sua própria natureza. E eu sou aquela que percorro todas as fronteiras possíveis.
Contemplando de fora essa multidão de gente, como disse anteriormente, me enxergo também espremida ali no meio, indiferente aos espelhos que me cercam.
Quanta arrogância e orgulho carrego por não me examinar devidamente.
A quem julgo hoje, talvez encontre na condição de juiz amanhã. Basta o grande e misterioso martelo da justiça bater na madeira dura do destino da vida.
Quero entender mais e mais sobre mim até abandonar, por completo, aquele instintivo hábito de interpretar o outro.
Marcelle Vieira Salles
21/04/25

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