Por Marcelle Vieira Salles
No escavar obstinado das profundezas de pensamentos
jogamos terra para cima, galhos e folhas para os lados,
e nada tiramos senão pedras e cheiro úmido de mistério.
No esquadrinhar calmo o que se enterra,
em pinceladas rentes naquela sombra do que se esconde, enxergamos,
o que até a eternidade do mistério, se entesoura.
Entretanto, estamos todos vendados,
embora as órbitas doam do arregalar para o invisível da vida.
De ouvidos tampados para o silêncio que rebomba em batidas
nesse interno imenso, dentro.
Vãos por finitas filosofias.
Vãos por teologias tortas de letrados.
Vão por influências de iletrados.
Vãos pela magia mórbida de bocas moralizadoras.
Vãos, sem espírito.
Vãos, cavamos no escuro aberto disfarçado de conhecimento.
E amor falta para quebrar lápides duras que nos sepultam.
Na camada mais profunda, na Rocha-Mãe do nosso solo,
o suspiro sôfrego de um sussurro, sobressai ansioso
com suas mãos e chagas, estendidas.
28/05/2024
תגובות